Ovelhas na Rede

O objetivo deste blog é divulgar e apoiar algumas comunidades de bairro e manifestar suas ações. Por isso, o Ovelhas na Rede tem a intenção de dar espaço a essas entidades comunitárias e suas experiências que envolvem desde cuidado com crianças de periferia até trabalhos feitos para a melhoria do próprio bairro e, quem sabe despertar o interesse de outros para conhecer pessoalmente o trabalho desses líderes.

Entre em contato conosco:
ovelhasnarede@gmail.com

sexta-feira, 11 de junho de 2010

Entrevista com OCAS

1.       Quando e como surgiu o conceito Ocas?

O conceito de publicações vendidas por populações sem teto, produzidas por eles, o que lhes abrem um canal de comunicação, surgiu no início da década de 1990. As publicações pioneiras são dos EUA e Inglaterra. Na mesma época surgia o jornal O Trecheiro, em São Paulo, como um veículo cuja pauta principal é a situação da população que vive nas ruas e albergues. Diferentemente das publicações do hemisfério norte, a distribuição gratuita.

Este é o contexto do surgimento do conceito de publicações de rua, que está na origem da formação da International Network of Street Papers, em 1994.

*Nessa 1ª questão, veja que o Luciano direcionou a resposta a explicar o conceito do principal “projeto” da OCAS, que é a revista Ocas”, porque a OCAS não é só representada pela revista Ocas”, temos outros projetos paralelos de apoio aos beneficiários. Nesse sentido de levar mais informações a vc, envio o histórico da OCAS, que apesar de estar resumido, é bem completo, assim poderá compreender um pouco melhor como surgiu a OCAS (Organização Civil de Ação Social), qual o produto que criamos e sua finalidade, bem como outras ações da entidade no sentido de colaborar com o resgate de vidas, o fortalecimento da cidadania e o respeito aos direitos humanos.

Segue link do nosso blog, no qual esse texto está inserido:

http://blogdaocas.blogspot.com/2009/10/ocas-organizacao-civil-de-acao-social-e.html

2.       Quais os meios de comunicação utilizados pela entidade?

A OCAS nasceu como um veículo de comunicação. É um empreendimento jornalístico, social e econômico, que, agora, além de produzir para a revista homônima da organização, a  Ocas", utiliza outros canais, seja blog, site, twiter, mensagens por e-mails, Orkut. São meios criados para gerar inclusão socioeconômica e colocar em pauta o debate político sobre a situação da população vulnerável ou em extremo risco social.  

3.       Apesar de já ter sido destaque na mídia, quais as dificuldades que vocês têm para atingir o grande público?

A dificuldade de atingir o "grande" público está relacionada com a capacidade operacional da organização. Em 8 anos, estimamos 330 mil leitores diretos da Ocas".

Mas como qualquer outro produto no mercado, a Ocas" precisa ser divulgada. E aí são necessários investimentos.

De qualquer forma, fazemos bastante coisa sem dinheiro, como o show do seu Jorge, no aniversário de 5 anos da revista. Há inúmeros outros exemplos.

Portanto, eu discordo que o "grande" público não conheça a Ocas". Pelo contrário, a publicação e o trabalho são conhecidos e bem conceituados, além dos limites do eixo Rio e São Paulo, embora nossa atuação aconteça apenas nessas duas cidades.  

O contexto da dificuldade é mais amplo. Está no fato da população beneficiada pelo projeto não ser uma pauta da sociedade. As soluções discutidas pela sociedade são superficiais, de curto prazo, ou sequer são soluções. A OCAS vem contribuindo para o aprofundamento desse debate.

4.       Segundo a declaração da jornalista voluntária Rosi Rico em um vídeo vinculado ao YouTube (http://www.youtube.com/watch?v=egiX4Zf190k), a Ocas é vista como “uma passagem e não um ponto final” na vida dos vendedores da revista. Você poderia comentar sobre isso?

O ideal de todos nós que atuamos como voluntários da OCAS é vermos os beneficiários do projeto em uma situação de vida melhor do que quando entraram no projeto. Se eles quiserem ficar por mais tempo, ficarão, mas se conseguirem emprego ou outra atividade remunerada melhor, ótimo, sempre daremos apoio, porque o importante é que cada um que entrar no projeto consiga acreditar no seu potencial e possa reescrever a sua história, enxergar outros horizontes e ter uma experiência qualitativamente melhor do que a experiência em que estavam.

5.       Dentro do cenário atual, pode nos dizer um pouco a respeito da função da Ocas?

A função da Ocas" é social, econômica e política. Ela combina essas três funções por meio de seus diversos projetos. Ela é um meio de inclusão socioeconômica, um canal de expressão para as populações privadas de seus direitos fundamentais e um veículo para o debate político a respeito das condições de vida dessas populações.  

6.       Quais são as parcerias que vocês conquistaram durante todo o período  de vida da organização?

São mais de 8 anos de trabalho, portanto, relacionar as parcerias aqui seria complicado porque correríamos o risco de esquecer alguma. De qualquer forma, são parcerias internacionais, nacionais, empresariais, governamentais e não governamentais, além do próprio apoio do público.

São parcerias que proporcionam recursos financeiros ou não financeiros à organização.  

7.       Tendo em vista parcerias com ONGs internacionais, o que elas agregam ou agregaram de fato à instituição?

Parceria é um acordo mútuo. Deve ser interessante para ambas as partes. No caso das parcerias internacionais, já tivemos do tipo financeiro, com recursos que nos possibilitaram a aquisição de móveis, equipamentos e a impressão da revista durante determinado período, assim como já tivemos parcerias de advocacy, para denunciar a chacina sofrida pela população de rua em 2004 em SP, ou para denunciar as atuais políticas direcionadas a essa população. Agregam visibilidade internacional, em muitos casos. No primeiro exemplo, cidadãos de vários países enviaram mensagens para o Ministério da Justiça exigindo a apuração do caso.

8.       Como isso projetou a Ocas” no cenário mundial?

Além do exemplo citado acima, a Ocas" faz parte de uma rede mundial de publicações de rua. Não se trata de projetar a Ocas” mundialmente, nós fazemos parte desse movimento. E isso permitiu que a Ocas” fosse conhecida em muito países.

* Comentarios de Yara Verônica Ferreira - Assessora de Comunicação Institucional do OCAS 


segunda-feira, 10 de maio de 2010

Praça da Sustentabilidade

Vinte anos atrás deram-se por encerradas as atividades do incinerador Pinheiros. Hoje o terreno de 13.648 m2 abriga a Praça Victor Civita. Localizada na Rua do Sumidouro, bairro de Pinheiros, zona oeste de São Paulo, a praça está contaminada por metais pesados, além de outras substâncias tóxicas, resultantes da queima de resíduos domiciliares e hospitalares realizada no local entre os anos de 1949 e 1989. Cerca de 200 toneladas de lixo eram processadas diariamente no local, em duas câmaras de combustão. Não é à toa que, para promover uma maior conscientização sobre a importância da sustentabilidade, a praça permite visitas de colégios e escolas e reutilizam materiais que contribuem para o lazer, entretenimento e cultura da população. Além de ser um espaço de reflexão, inspiração e informação sobre as questões ambientais e urbanas originadas a partir da revitalização de uma área urbana degradada. Crispim e eu estivemos por lá algum tempo atrás e recomendamos o local. É super tranquilo e, numa região muito arborizada de Pinheiros, constrasta com a marginal na outra extremidade. Para se ter ideia do que é a praça e do que ela propõe, tiramos algumas fotos. Confiram!
Antigo incinerador Pinheiros que hoje faz parte da praça
Reuso de água de esgoto tratado
Aparelhos de ginástica da Terceira Idade feitos de aço reciclado


Reservatório do Projeto Tietê ao lado da praça

Palco da Praça Victor Civita